Não domino matemática, química ou física.
Filosofia e história me dão desânimo, mal consigo chegar ao fim da página numa leitura.
Eu jurava que dominava português e o conteúdo para turmas de atividades, mas não domino.
Inglês passo longe, o curso de 5 anos só saiu do meu bolso.Passar em concurso público, hoje me parece ilusão.
Tudo muito difícil, me sinto muito burra...,mas o pior de tudo é o fracasso diante das lições da vida. Eu tinha certeza de que tinha aprendido, mas vejo que reprovo ano após ano. O ano se foi e eu fechei minha conta corrente com R$11,00. Não juntei dinheiro nem comprei nada significativo. O dinheiro simplesmente pagou contas e tentou comprar o amor de pessoas incompráveis e buscou agradar pessoas que são impossíveis de agradar.Eu já devia ter aprendido, afinal são mais de 3 décadas de aprendizado.
Sem contar minhas economias que somaram o abatimento de algumas prestações do apartamento.Ajudo em tudo, pago muito e não faço questão de pouca coisa.Só que isso se torna uma pesada obrigação.
Comprei muitos e muitos medicamentos. De todas as cores, formas, tamanhos e para várias indicações, tudo para curar a dor que sinto, claro, sem sucesso, porque na verdade a cura encontra-se perdida dentro de mim, eu já devia tê-la encontrado. Sofreria menos.
Já devia não esperar nada de ninguém, porque tudo o que tenho eu mesma me dou. Me dei algumas coisas e me senti culpada depois, estranho...contraditório!
E finalmente as festas de fim de ano. Eu já deveria ter aprendido a não idealizar as coisas e as ações dos outros. Sempre idealizei um natal e uma festa de fim de ano feliz e em família. Quando pequena me lembro que estávamos em família, sempre nós cinco,às vezes com a vovó e às vezes em Valadares, mas eu não era tão feliz assim, mas reconheço o esforço de meu amado pai para nos proporcionar o cumprimento das tradições e o pagamento das leis do consumismo. A medida que fomos crescendo, as exigências também cresceram; em alguns momentos cozinhar a própria comida ficou sendo muito cansativo, então começamos a comprar, mas o sabor era artificial, fomos a restaurantes, mas o ambiente era impessoal. E esperei que um dia fosse bom...a família cresceu e finalmente minha mesa de 3 metros x 1.30 estava repleta de gente e comida, faltava alegria e uma companhia. Pensei que quando eu me casasse, seria diferente,mas ainda faltava alegria.Eu já devia saber que essas datas são apenas convenções sociais, que é apenas um dia como outro qualquer. Sofro à toa. Pensei que jamais estaria sozinha novamente, mas hoje dia 31,às 22:45, meu esposo está de serviço e eu estou sozinha aqui em minha casa, pelo menos tenho minha casa, a que eu sempre quis, no lugar que eu sempre sonhei.Talvez eu não devesse sentir essa solidão avassaladora.Tristeza e solidão, ambas dentro de mim, mais uma vez.Vai ver elas esconderam minha cura.
Dói, dói e dói...eu já devia ter aprendido a não idealizar e já devia ter parado de sonhar. Devia ser menos empolgada, menos patética, demonstrar menos sentimentos, esperar menos...
Recebi convites para sair,mas se eu fosse só prorrogaria o ato de me derreter em lágrimas, eu sempre quis chorar até desaparecer.
Creio em Deus e agradeço pelo seu olhar misericordioso ao me ofertar a saúde que me fez levantar todos os dias. Pela força ao combater minha fraqueza, pela vontade contra ao desânimo, por finalmente gozar, por ter um coração mais frio capaz de controlar meu calor humano, solidariedade,compaixão e bondade...
Em 2013 darei alguns passos para trás com a pretensão de avançar mais uns três no futuro, conto Contigo.És o único que estás sempre por perto cuidando de mim e me carregando, afinal quando me sinto mais fraca mais forte estou.
Sem mais o que dizer...
Feliz 2103 pra mim... de verdade.