sábado, 13 de junho de 2009


É bem assim que me sinto hoje!


(...)

Nem bem acordo.

Já espio teu retrato.

Faço um trato com o espelho.

Hoje eu não quero sentir dor.

Hora do almoço.Falo teu nomeSanto. nome em vão.

O que consome,

Meu corpo moço fome ou solidão?

Não quero nada.Essa estrada eu já sei aonde vai dar.Vai dar em nada,não quero ir, nem voltar.

Cinco da tarde.Tudo arde, coração e céu.Fico com ar de quem espera um aceno, um sinal

Já noite alta.Não sinto sono.Não te esqueço mais.Viro do avesso.Adormeço.Cansada de mim sem paz.Não quero nada.Essa estrada eu já sei aonde vai dar.Vai dar em nada,não quero ir, nem voltar.

Hoje eu não quero dor.

Hoje eu não quero flor.

Não quero nada que rime com o amor.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Marcas...


Como fazia habitualmente, ela se ajeitava em frente ao espelho.

Hoje com um ar diferente... observava as marcas, cravadas em seu rosto, e buscava em sua mente, num esforço desleal, identificar as suas causas.

Dizem por aí que as pessoas fazem conosco, aquilo que nós permitimos. Havia ela permitido tamanha crueldade? As marcas em seu rosto declaravam a dor em seu coração. O tempo passou, o amor também. A espera não se cumpriu, o idealizado não chegou, o coração apenas batia; batia como quem parte.

Os cabelos brancos, talvez adormecidos, cobriam a mente que fervilhava e sonhava com mais emoção, com mais vida; vida que não brotou.

As horas corriam, os amores também...

Os desejos ardiam e o peito também...

A desesperança fluía e levava a paz de seus dias.

Sonhar? Já não mais podia nem queria.

O tempo passava e a solidão, fiel escudeira, a castigava.

Zombava de suas marcas, zombava do seu sorriso, meio sem graça, quase amarelo...

Tremia só de pensar que a juventude ficara para traz e junto com ela os amores impossíveis e não correspondidos, as datas não comemoradas, as cartas não lidas, as palavras não ditas, os "ais" não suspirados, os beijos não roubados e as horas não vividas.

Arrastava-se consigo e suas marcas as lembranças do tempo que jamais voltaria, o sabor que jamais sentiria e a vida que nunca seria vivida.

Suspirando e fitando seus olhos, ela pode perceber na escuridão, a dor causada pela covardia e pelo medo; a decepção com a perfeição e a desilusão aliada a desesperança.

Se é verdade que fazem conosco aquilo que permitimos, ela permitiu a destruição do seu ideal e o arrastar-se pela vida.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Vem...


Vem e traz você de volta para mim!!!