domingo, 13 de janeiro de 2013

Mãe!

Mãe, 




Sou-lhe grata por tudo o que sou hoje. Mas também lhe culpo por todo descontrole emocional e por toda raiva que sinto.
Serei sempre grata pela forma como conduziu minha educação, sendo por várias vezes dura e fria; insensível e cruel. Mas odeio tudo que me faz sofrer.
Obrigada por ter trocado as palavras de incentivo e carinho pelos xingamentos e ofensas, talvez fizesse parte da sua pedagogia  de me fortalecer como pessoa. Foi inválida, pois passei grande parte da minha vida correndo atrás do amor das pessoas e tentando comprar o seu. Paguei caro e no fim saí sem nada.
Grande coisa ser uma mãe como vc que amedronta e aprisiona o ser, os sentimentos e as emoções; que tem preferências e faz opções irremediáveis. Que exclui e pune.
É triste sentir meu coração pulsar, agora, de dor e lamentação, triste saber que um dia não estarás mais por perto. Mas fazer o que? Foi assim que designaste nossa trajetória de mãe e filha.
Espero ser, no futuro, no decorrer de minha vida, uma mãe melhor que a que eu tive.
Espero, um dia, sentir meu coração pulsar de alegria.
Espero, amanhã, poder lhe perdoar e apagar essa dor dilacerante que sinto em meu peito.
Espero, hoje, ser mais amorosa com os que me rodeiam, pois ninguém tem culpa das feridas que tu me causaste.

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