sexta-feira, 15 de maio de 2009

Contos, fadas e afins!





Lá estava ela, no seu país das maravilhas, simbolizado pela loja de conveniência do posto de gasolina. Que conveniência! Perplexa, parada, correndo o dedo e os olhos pelos vários sabores de bib's, tentando escolher o sabor que daria mais gosto a sua vida, o sabor que se adequaria ao momento estático em que os três mosqueteiros resolveram assombrar seu presente.

Olhou para o lado e uma revistinha chamou sua atenção, trazia na capa Sherek e Fiona felizes para sempre, a analogia certeira para sua vida, que hoje, parecia a contradição perfeita dos contos de fadas perfeitos.

Com um sorriso meio amarelo, abriu o pacotinho de bib's e lançou umas duas bolinhas na boca, na incessante busca de se livrar do gosto amargo deixado pelo primeiro cavaleiro da távola redonda. Longe de cavalos medievais e armaduras impenetráveis, o cavaleiro havia se transformado misteriosamente no "Moto Moto". É, Moto Moto, aquele do filme Madagascar 2, com toda sua classe, elegância e nada de sutileza.

Piscando levemente como se pudesse apagar aquele rosto sarcástico de sua mente, ela pode ouvir:

"- E aí, gostosa toda? Você é mesmo enorme!"

Caramba, era ele mesmo, Moto Moto, agora, o escolhido pela fêmea mais esperta da manada, que foi logo dando um jeitinho de procriar e manter a espécie longe da extinção. 2 de uma vez... agora, esse coração conhecerá a verdade sobre o amor que derreterá o bloco de gelo cravado em seu peito.

Pegando mais uma bolinha do adocicado chocolate, pensou:

- Esse, já era. Ainda bem, mais um fantasma se foi... Restam 2.

O próximo, estilo Johnny Bravo, do tipo: "Eu sou o máximo!" Sempre o melhor em tudo, tão bom que acha não precisa de ninguém por perto ou do seu lado. Agora, assombra seu presente, descartando-a, depois de usá-la muito bem, é claro, para ficar sozinho com seus pensamentos, pensando em algo egocentricamente satisfatório. Caramba, será que ele é uma ilha?

Beleza, mais um que se vai...

Com um sorrisinho mais colorido, pensou nas atitudes do outro fantasma, esse, estilo Peter Parker. Esse mesmo, o homem aranha. Estilo sonso, carente, singelo, o cavalheiro perfeito, daqueles que a gente quer pegar pra cuidar. Esse, kkkk, dialoga consigo mesmo, elabora diálogos que não serão ditos, vive no contexto das regrinhas sentimentais impostas pela sociedade; imaginando que qualquer atitude de carinho, atenção ou cuidado queira dizer: - Ah! Ela tá na minha. Tá me dando mole. E, assim, veste sua fantasia preferida e transforma-se em homem aranha e fica nos ares, de lá para cá, em sua teia resistente ao contato real, como homem normal.

E não é que se foi... mais um.

Os três mosqueteiros se foram.

Resta ela e seu pacotinho de bib's. Esperando pelos próximos fantasmas que supostamente assombrarão seu futuro.

Homens em um conto em que a fada está só... reflexões ou drama?

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