segunda-feira, 16 de abril de 2012

Família aos pedaços!


Em um desses momentos nostálgicos que antecedem o dia do aniversário, estive pensando na minha família e na minha infância e em como aquele tempo era bom.
Minha família era bem unida, fazíamos tudo juntos, nos amávamos.
Brigávamos, quem não briga? Brigas normais entre três irmãs.
Crescemos felizes, brincávamos, ríamos, nos divertíamos pra valer.
Meus pais? Perfeitos... minha mãe não era ligada em demonstrações de afeto. Brigava, batia, chamava atenção, educava a seu modo.
Meu pai era o herói, fazia tudo por nós, nos levava pra passear, comprava mimos, colhíamos caju no cerrado, viajávamos sempre e era uma farra. Lembro que gastava todo décimo terceiro dele com viagens em família. Ele também cozinhava e como comíamos a comida da mamãe todo dia a dele era excepcional. Estudávamos em escola particular, papai dava duro pra pagar e mamãe dava duro para que estivéssemos limpas, arrumadas, lição de casa feita, alimentadas e sempre prontas para ir ao colégio. Papai nos levava em seu fusquinha turbinado.
E por falar em fusquinha turbinado vivemos grandes aventuras nele.
Era assim, uma família normal com sonhos normais e vidas unidas.
Com o passar do tempo papai e mamãe permaneciam lá e nós crescíamos, nossos sonhos também, nossos passos tornaram-se largos, ás vezes fortes outras vezes nem tanto.
Cada uma tomou seu rumo e a família se despedaçou.
Cada uma com seus sonhos, alguns realizados, outros nem tanto...
Com suas vidas perfeitas, outras nem tanto...
Com suas famílias completas, outras nem tanto...
E a família se desfez, só temos agora as imagens guardadas na memória.
Para algumas é bom relembrar, para outras nem tanto...
Algumas sentem falta, outras nem tanto...
E assim a vida se segue.
Meu coração também está despedaçado, tenho saudades daquele tempo. Do tempo em que me sentia feliz e amada.
Quantas broncas e surras levei e o que mais eu desejava era alguém que me amasse. Passei a vida querendo ser amada. Me casei e agora que sou amada sinto falta da minha família do jeito que ela era e não despedaçada como está hoje.
Cada uma na sua, cada uma sendo engolida pelos afazeres profissionais, algumas percebem que estão voando graças ao esforço de nossos pais, outras nem tanto.
Sinto muito, sofro enormemente. Tento pensar em outras coisas, cuidar da minha vida, mas dói.
Cresci com a hipótese da preferência de minha mãe por uma das filhas que a cada dia se confirma e não importa o que eu faça o tempo não trará nada de volta, ele só anda pra frente. E me revolto, me irrito, magoo pessoas, me isolo e a vida segue seu rumo com cada um por si e Deus por nós todas.
O aniversário desenhado em minha mente será solitário, eu sozinha fazendo alguma coisa que goste, pois a solidão ainda está comigo e me assombra dia após dia.

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